Moçambique
- Editor
- 3 de dez. de 2024
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Lago Niassa
Os povos originários de Moçambique foram os bosquímanos caçadores e coletores, os povos bantu depois do século I também chega no território atual do país, forçando os bosquímanos a migrarem para a regiões mais pobres em recursos. Os suahil-árabes também estavam presentes na costa para trocar produtos entre eles ouro e marfim por diferentes artigos.
Durante o período de colonização, os portugueses criam fortalezas como em Sofala (1505), na Ilha de Moçambique (1507), e depois no interior do território com a criação de feitorias como em Sena (1530) e em Quelimane (1544 devido às atividades de comerciantes e as missões, para proteger as terras de invasores: holandeses, ingleses, espanhóis). Essas guerras foram dinamizadas pela necessidade de exploração dos recursos existentes.
Além disso, a constituição da escravidão foi um marco comercial na região, uma vez que várias etnias foram presas e se tornando escravizados, sendo vendidos, as populações macuas-lomués foram mais as utilizadas pela escravatura. A Ilha de Moçambique foi o principal lugar onde eles eram presos e enviados, principalmente para o Cuba, Brasil, Ilhas de Mascarenhas, Madagáscar e Zanzibar. Neste período, Moçambique se torna uma das grandes referências desse tipo de mercado. Mesmo depois do decreto da abolição 1836, no vale do Zambeze ainda tinha um grande tráfego de escravizados. Outros escravizados foram para as minas da África do Sul.
Durante a década de 1960 alguns moçambicanos do Partido FRELIMO, Frente de Libertação de Moçambique, começaram as discussões para a independência do país. Este partido foi criado por meio da fusão de três movimentos constituído no exilo, a UDENAMO (União Nacional Democrática de Moçambique), MANU (Mozambique African National Union) e a UNAMI (União Nacional de Moçambique Independente). Muitos foram mortos neste processo. Dentre os responsáveis pelo Eduardo Mondlane, (assassinado em 1969) Marechal Samora Moises Machel (morreu num acidente aéreo) e Baltazar Chagonga, que criaram estratégias para derrotar os portugueses. Em dia 25 de abril 1975 constituiu-se a independência.
A partir da independência, o país se torna socialista com o apoio da Rússia, China e Cuba e por defender aos sul africanos do Apartheid, sofria ataques constantes da África do Sul, capitalista e com o regime do Apartheid. Fato importante também é a relação da escravidão no qual parte de moçambicanos trabalhavam nas minas de ouros e de diamantes do país sul africano e muitas vezes, não voltavam para casa. Com o fim do regime socialista, o país passa a viver nova fase com a abertura para o capital, estruturando novas dinâmicas e ações junto com os países fronteiriços.
Moçambique ao se tornar independente herdou uma estrutura econômica colonial caracterizada por uma desigualdade entre a parte Norte e Sul e entre o campo e a cidade. O Norte menos desenvolvido do que o Sul, com o campo menos desenvolvido do que a cidade. Não existindo uma integração entre as duas partes, causado também pela falta de uma integração de transportes. O desemprego também é grande, muitos jovens e adultos no mercado informal. Observa-se pela Província de Niassa, a mais pobre do país, o nível de escolaridade é baixa, pouco emprego formal, alta informalidade, infraestrutura pouco eficiente, em relação ao resto do país.
A população atual está em torno de trinta e três milhões. Em geral 51,4% são mulheres dados de 2023; 62,4% da população total vivem em zonas rurais e cerca de um terço da população total vive em cidades e vilas costeiras. Parte de 70% da população vive nas cidades em condições de habitação precárias, localizadas em zonas urbanas mal servidas ou em aglomerados informais densamente povoados.
Curiosidades
1) As províncias do norte são predominantemente muçulmanas, principalmente na costa, enquanto as áreas do interior no norte possuem uma concentração mais forte de comunidades cristãs. Os cristãos são geralmente mais numerosos nas regiões do sul e centro, mas também vivem muçulmanos nessas áreas.
2) Um dos patrimônios do país são as capulanas um pano que tradicionalmente é usado pelas mulheres.
3) Por conta de sua proximidade com África do Sul, no cotidiano, muitos moçambicanos dizem palavras em inglês.
4) Matola tem um museu em homenagem aos exilados da África do Sul que sofreram ataques na cidade.
5) Na Província de Gaza nasceram dois personagens ilustres da Independência do país: Eduardo Mondlane e Samora Machel.
Imagens

Moçambicanas com suas capulanas


Igreja católica e templo muçulmano

Memorial do Apartheid na cidade de Matola

Memorial Josina Machel - Chilembene

Memorial Samora Michel- Chilembene